DER GELBE KLANG (O SOM AMARELO)
Ciclo de Concertos no Museu do Chiado
De Março a Outubro 2006
ASSOCIAÇÃO GRANULAR
Museu Nacional de Arte Contemporânea
Rua Serpa Pinto, 4 Lisboa
De Março a Outubro de 2006
Bilhetes: 5 euros (2,5 euros para Restart, CEM, Sociedade Guilherme Cossoul; grátis para associados Granular)
As grandes correntes estéticas que vêm caracterizando as artes plásticas foram igualmente adoptadas pela música, e senão literalmente, em alguns casos até de forma muito difusa (Erik Satie é apontado como o único compositor do Surrealismo, algo que, de qualquer modo, não é especialmente evidente), o certo é que as linhas fundamentadoras de muitas tendências do visual ganharam igualmente expressão na arte dos sons. Um exemplo imediato é o interesse manifestado por Kandinsky pela música politonal e atonal de Schoenberg, na qual ele encontrou preocupações semelhantes às que aplicava nas suas telas. A correspondência entre ambos é esclarecedora, de resto, quanto à simultaneidade das buscas encetadas nos dois domínios.
O próprio Wassily Kandinsky sentiu-se compelido a compor, e uma dessas obras, destinada ao palco, chamou-se "Der Gelbe Klang" ("O Som Amarelo"), nome que a Granular utiliza para identificar o ciclo de concertos proposto ao Museu do Chiado. Hoje, verificamos que uma boa parte da música criativa é feita por pessoas que tiveram formação em belas artes e que em simultâneo desenvolvem actividade nessa disciplina. A produção de som por artistas visuais definiu mesmo um novo rumo nas novas práticas nascidas com o século XX, razão suficiente para procurarmos interrogar o que na música há por estes dias de influência plástica ou de filiação estética coincidente. E as referências são, de facto, muitas, indo de reminiscências do Romantismo, ainda muito presente, por exemplo, na música improvisada, a correntes como o Futurismo, génese da "noise music", o Dada, reflectido sobretudo no trabalho vocal por via das pesquisas fonéticas DER de Kurt Schwitters, o movimento Fluxus, inspirador da generalidade dos investimentos mais experimentais, ou o Minimalismo, que vem influenciando a electrónica.
No seu poema "An Anna Blume", Schwitters refere-se mesmo aos "vinte sete sentidos" da sensorialidade, e é isso que está em questão neste tempo de derrube das fronteiras entre as artes. Não há nichos criativos, apenas diferentes campos de acção artística que cada vez mais se encontram. DER GELBE KLANG propõe-se mostrar como, colocando em evidência o que estava apenas implícito...
Programa:
NÓS SOMOS UM FURIOSO VENTO
29 de Março, 19:00 Sala Polivalente
Américo Rodrigues, Nuno Rebelo, @c (Pedro Tudela e Miguel Carvalhais)
WILD STRAWBERRY ECLIPSE
12 de Abril 19:00 Sala Polivalente
Flak, Maria Radich, Vítor Joaquim, Francisco Rebelo, João Ricardo
TECHNOSHAMAN
26 de Abril 19:00 Sala Polivalente
Victor Gama, Pedro Almeida
A LUZ VEM DE DENTRO
10 de Maio 19:00 Sala Polivalente
Adriana Sá, Miguel Cabral, Jorge Serigado, António Jorge Gonçalves
OPEN CUBE
24 de Maio 19:00 Sala Polivalente
André Gonçalves, Filipe Leote, João Silva
CONTRACOMPOSIÇÕES
7 de Junho 19:00 Sala Polivalente
Carlos Zíngaro, Ernesto Rodrigues, Noid, Ulrich Mitzlaff, Miguel Leiria Pereira
A VÉNUS DE PISTOLETTO
21 de Junho 19:00 Sala Polivalente
Emídio Buchinho, Carlos Santos, Rui Costa
PICTOGRAPHS PETROGLYPHS
12 de Julho 19:00 Sala Polivalente
Rodrigo Amado, Paulo Curado, Luís Lopes, Rui Faustino
JOUISSANCE
26 de Julho 19:00 Sala Polivalente
Vítor Rua, Gonçalo Falcão, João Hora
COZIDO À PORTUGUESA
13 de Setembro 19:00 Sala Polivalente
Ensemble JER, Os Plásticos de Lisboa
IMPRESSÕES: LUZ E SOMBRA
27 de Setembro 19:00 Sala Polivalente
Paulo Galão, João Bengala, Luís Miguel Girão, Dídio Pestana
CADÁVER ESQUISITO
11 de Outubro 19:00 Sala Polivalente
Bruno Parrinha, Genoveva Faísca, Manuel Guimarães, António Chaparreiro
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